Apesar de já existir a algum tempo, pouco se conhece sobre esporte adaptado no Brasil e ainda é grande a resistência para tratar do assunto, como cadeirante posso confirmar tal fato com uma certeza ainda maior. Raríssimos são os clubes, academias e outros espaços de lazer adaptados, e mesmo que estes existam em um lugar ou outro, as ruas no geral não costumam ser tão acessíveis, são calçadas esburacadas, rampas mal feitas, entre outros problemas que acabam impedindo que muitos portadores  de deficiência possam se deslocar para realizar algum tipo de esporte, levando ao  conhecido sedentarismo destas pessoas.

Além do problema com relação ao meio, temos ainda poucos profissionais aptos a trabalhar com essas pessoas, até porque a inserção de disciplinas voltadas ao esporte adaptado vêm sendo implantada a pouco tempo nas universidades brasileiras. Muitos deficientes sequer têm conhecimento de que podem praticar atividades como musculação, por exemplo. Mas esta realidade vêm aos poucos sofrendo mudanças e com certeza muito disso se deve a efetiva participação do Brasil em eventos como o Parapan e Jogos Paraolimpicos, dos quais nossos atletas se mostram bem colocados em relação aos demais países, sendo sempre contemplados com muitas medalhas. Pena é ainda observarmos a grande resistência da televisão e outras mídias para divulgar tais acontecimentos, fato que demonstra o grande preconceito que ainda persiste com relação a esses esportes e que sem dúvidas precisa ser quebrado o mais rapidamente possível, afinal esporte traz educação, saúde e inclusão, independente de suas adaptações.

O que me deixou bastante motivada nessa última semana, e que me levou inclusive a escrever este texto foi ver a implantação de aparelhos adaptados para cadeirantes em nossa cidade no complexo lavapés (zerão). Claro que ainda é um pequeno passo,  mas que já causa grandes mudanças na concepção da população mogimiriana e sem dúvidas é digno de comemoração. Espero que muitos cadeirantes possam aproveitar deste novo benefício, assim como eu, que prometi ir até lá me exercitar todos os finais de semana. Alias aproveito o espaço para sugerir a prefeitura que coloquem profissionais de educação física para acompanhar não só os deficientes, como os idosos e demais pessoas em suas atividades físicas, assim todos poderão aproveitar ainda mais dos aparelhos de ginástica implantados, afinal investir em saúde nunca é demais.

Até a próxima!