Um pouquinho de minha história

janeiro 22, 2010

Pois é resolvi falar de mim, um pouquinho do começo da minha vida de cadeirante...
Na verdade nunca gostei de escrever sobre mim, a minha história, nunca quis ser muito bibliográfica, mas enfim que eu resolvi montar esse blog, como diz minha mãe: Quem está na chuva é pra se molhar, pois bem. Talvez isso traga até algumas vantagens, não terei que ficar explicando o que aconteceu comigo a tanta gente, simplesmente passo o endereço do blog não é verdade? Hehe. Brincadeirinha eu explico sim ta gente!

O acidente

Bom tudo aconteceu em 1999 quando eu e minha família voltávamos de uma viagem ao nordeste, onde havíamos ido visitar os parentes, enfim, fomos de carro, três dias de viagem até lá e na volta quando estávamos na br116 na Bahia próximos a Feira de Santana nos deparamos com um caminhão na contra-mão que bateu no nosso carro, pois bem adiantando tudo isso o resultado vocês ja conhecem, fiquei paraplégica.

A reação

Bom ficar paraplégica pra mim naquela época não foi tão impactatante, talvez por eu ter apenas sete anos e criança sabem como é, tem uma energia incrível, uma guerra e uma esperança incomum e eu apesar de estar ciente de toda a situação acreditava mesmo era no que a maioria dizia, que logo eu sairia correndo por aí, acho que o impacto maior foi sofrido pela minha família mesmo não é nada fácil saber que uma filha aos 7 anos se tornou paraplégica.

A cadeira

Bem a cadeira pra mim também não foi tão assustadora, eu acho que a alegria de criança e a vontade de brincar falava mais alto do que tudo e sem dúvidas contribui de uma forma espetacular para minha recuperação, aquela cadeira era como se fosse um brinquedo provisório, mas é claro que tinha os momentos em que via minhas amigas correndo, dançando e tal onde me sentia um pouco triste, mas sempre superando e tocando a vida.

A adolescência

Sem dúvidas a adolescência foi a fase mais complicada pra mim, por que se adolescência ja é complicada para andantes imaginem cadeirantes então, acho que foi o momento que "caiu a ficha" eu parei pra pensar nas diferenças e sem contar que ja tem todos aqueles problemas de mudança no corpo e tal então foi uma fase bem complicada, porque até os dez ou onze anos mais ou menos eu não me via diferente, eu só queria brincar como as outras crianças, dançava em festas juninas de escola, fazia de tudo, mas na adolescência veio o recuo, de pensar "Poxa! deixa eu ficar na minha agora porque sou cadeirante", mas isso era mais um conflito interno mesmo na escola não sofria com indiferença por parte das pessoas, é claro que sempre existia preconceito de algumas mas nada que excedia muito ao controle e assim fui levando, entrei em escolas que não eram completamente adaptadas mas recebi grande apoio dos amigos sempre que me ajudavam a descer e subir escadas na boa, causei até algumas reformas nas escolas que estudei, mas beleza (sou importante, hehe).

E chegando a maioridade...

Enfim muito resumidamente dos meus tempos de escola, hehe, realmente não gostou de ficar contando minha vida prefiro vivê-la, hehe, mas então chegou a tão esperada fase de vestibular, estudos e mais estudos, preocupações e a cabeça sempre muito ocupada que aliás é a melhor coisa essa fase me trouxe um ânimo e tanto sabe, estou extremamente feliz de estar tirando minha carteira de habilitação e estar com os pés, ou melhor as rodas na faculdade, para fazer o curso dos meus sonhos biomedicina!
E é isso ae galera, é muita história e da preguiça de contar todo o passado, prefiro ver as fotos e videos e guardar as lembranças e agora passarei a escrever daqui pra frente, ok pessoal? Vão acompanhar aí meu dia dia sobre rodas e talvez eu até conte alguns fatos cabulosos ou engraçados do passado também.

Até a próxima!

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2 comentários

  1. nuuuussss.... num eh facil naum, existe muito preconceito com cadeirantes, mais nunca devemos perder as esperanças,a vida eh uma coisa bela,devemos viver ela dia por dia,mais nem td q acontece eh taum ruin assim,
    pq todo mundo merece respeito, pois somos todos filhos de DEUS !!!

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  2. Concordo!
    Eu sou cadeirante desde os 13 anos (hoje tenho 21)e a partir daí sofri muito com preconceito dos meus própios "amigos". No colégio sempre tinha isso!
    Fico impressionada com as pessoas, que se acham normais, acharem que não podemos fazer as mesmas coisas (como namorar...). Claro q podemos!!! (com algumas limitações e adaptações)

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